terça-feira, 6 de setembro de 2011

vulgo

É aquele exagero de vida pulsando, transbordando, teimando em se mostrar, apesar dos pesares. Vem com tanta volúpia e desejo, que estremece minha base, que mancha minha visão, que me ensurdece a alma. Vem como uma onda suja de mar, que se misturou a tantos outros mares, varrendo toda espécie de lixo e luxo possíveis. Meu umbigo insiste em sustentar a bunda, que vagueia pra lá e pra cá, louca por viver e dançar e pular. Aos poucos o só se mistura ao junto, juntos, juncos, numa miscelânea de cheiros, amores, pulsares, salivas e toques. Desejo irreprimível que INunda a matéria carnal e espiritual. A arte que gruda no viver, que não me deixa mais agir sem ela, sem a cor, sem o som, sem o salto e o gesto. a ativa arte do ser, o gregário, o vital. Meu cabelo fundindo ao teu, assim como os corpos negros e quentes. O calor da troca, a entrega, o charme, o chão e até o chulo. Me dispo, me deixo, flutuo entre almas, entre corpos e copos. Uma mundana espiritual que não cabe em si. Assim me faço, minha e tua.

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