quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

sobre nós

Lua.mel. chuva.transe.dança contemporânea. Nu. Sol. Água. Mar.entrega. transa. Som. Toque. Cor. Fruta. Cachoeira. Argila. Rio. Pão-de-queijo. Rio. Ponte. Gozo. Olhar. Mesa. Colchão na sala. Viola. Rabeca. Barulho. Riso. Abraço. Cheiro. Lábios. Suspiro. Silêncio. Cumplicidade. Beijo. Calor. Mantra. Ousadia. Sincronicidade. Lindo. Sonho. Sal. Peixe. Chave. Tesão. Planos. Funk. Dente. Dread. Tatuagem. Fogo. África. Embalo. Paixão. Volúpia. Troca. Nariz. Pernas. Afago. Mordida. Germinada. Raios. Lençol. Música. Kefir. Louça. Mãe. Gás. Sono. Sorvete. Sinergia. Energia. Mão. Mamão. Meditação. Improviso. Corpos. Loucos. Eu. Tu. Nós. Carnaval.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

sobre ser sutil ou intensa


Sutileza e intensidade são contraditórias? Como ser sutil sendo tão intensa, como girar sem ser notada ou gritar sem ser ouvida. Que sutileza busco com tanta intensidade...Sutil no amor, sutil no gesto, sutil no trato. Trocas sutis entre duas vidas intensas, cada qual a seu modo. Ser sutil é ser intensa, penso. Só quem alcançou a magnitude da intensidade é capaz de dosar sutilezas nos entreatos do existir. A impermanência da vida nos exige isso. Exige no sentido do saber e querer aproveitar, e aprender. Sempre aprender. Sempre se permitir e deixar-se ser sutil. Aprender é algo intenso feito de sutilezas. O verde, a flor, o fruto, são tão intensos por serem sutis. O som, o tom, o movimento, também. Moldo-me assim, entre sutilezas que se revelam no meu jeito intenso, como a sutil água que jorra na intensa cachoeira. Vida, trocas e sentidos. Faço-me assim. E por isso sou sutilmente intensa.

domingo, 29 de janeiro de 2012

né?

Sobre o dia que não acabou.... nem sequer começou.
Pôr-do-sol ou nascer do sol?
Transe e transa
África em Curitiba, seu corpo no meu e nós. 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Bodas



Não é aquela história de necrofilia ou de valorizar a pessoa só porque ela se foi. É questão de memória, resgate, saudade. Meu pai foi um cara incrível, que me ensinou muito. Quando ele estava por aqui, eu não entendia muito e, por vezes, me irritei. Mas o Dega estava sempre sorrindo, brincando, falando abobrinha, fazendo rir. Sempre pra cima, sempre agradecendo e sempre sabendo contornar as coisas com palavras e gestos de sabedoria. Dói lembrar de quando ele queria me ajudar, mas o meu mau humor falava mais alto.

Essa coisa da culpa, do não feito, do não dito, machuca pra valer. A falta só aumenta. O vazio é sombrio e silencioso. Busco nos livros, na poltrona, nas fotos a sua presença, cada vez mais ausente. Tento contornar meu desespero e minha tristeza com excessos e urgências, que me machucam mais. O que sobra é silêncio, choro e solidão. Um vazio, vazio, sufocante. Estou sem ação. Vontade do casulo e do sono.

Hoje (dia 17) seria o aniversário de casamento dos meus pais, 25 anos. Sinto no vazio do olhar dela a solidão, o só, o medo. Triste, dolorido esse processo de falta, de não ter mais o nosso homem aqui em casa. Tudo fica flutuando, as coisas perdem o sentido rapidamente. Não consigo estar perto ou falar algo para ela. Isolo-me. Cada uma chora no seu canto a sua dor. A sua falta. O seu luto. Dói.