domingo, 7 de agosto de 2011

Alteridade virtual

Acordei um pouco à flor da pele, um pouco não. Um pouco triste e um pouco feliz. Um pouco sentimento e um pouco razão. Quis compartilhar, mas não havia ninguém por perto com quem eu pudesse trocar essa dicotomia de sensações. Hesitei, mas acabei ligando o computador. Cansada da rotina virtual, do saber da vida de todo mundo no sentido mais literal possível, fui atrás da subjetivação. Procurei meus amigos através de suas palavras. Li, reli, chorei, e me bateu uma vontade de juntar todos, poucos, e abraçá-los, beijá-los, passar horas conversando, rindo, chorando, trocando um pouco da dor que cada palavra carrega. Não estou sozinha, não tenho sentimentos e sensações exclusivos. A vida é hostil, e não estou sendo autopiedosa e todas essas coisas. É fato. Falta. Não sabemos lidar com tanta bestialidade, com tanta pancada na cabeça. Vivemos de amor, vivemos de arte. E nos aliviamos em palavras, que nos ligam as mesmas sensações, mesmas decepções, mesmo que virtualmente.

2 comentários:

  1. Essa vida é uma coisa que não se dá pra entender nem se a gente pudesse.
    Mas se a gente pudesse, será que valeria a pena? Eu acho que não, pois a gente não entenderia. Então, é aquela história da Clarice, sacoé? "Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo o entendimento". Mas nem eu sei o motivo de escrever sobre o entendimento dentro de um comentário de um blog. Vai entender... Uma galera da filosofia escreveu tratados sobre entendimento humano... Ih, acho que não entendi. E que seja. A gente não alcançou a pira de papai do céu e agora vivemos desse jeitinho. E que se dane, nega-punk. ê, vida besta, né. O negócio então é ter amigos, sacou? Isso sim dá pra aproximar do Grande entendimento. #fikdik

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  2. "Quem tem consciência para ter coragem
    Quem tem a força de saber que existe
    E no centro da própria engrenagem
    Inventa a contra-mola que resiste
    Quem não vacila mesmo derrotado
    Quem já perdido nunca desespera
    E envolto em tempestade decepado
    Entre os dentes segura a primavera"

    amor e luz nega querida!

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