quarta-feira, 22 de junho de 2011

sem título, apenas dor.


Parece que nada mais faz sentido. Não sei onde estou e nem com quem estou. Tenho sentido medo de tudo, de todos, de mim. Não há mais vida, não há mais bem, não há mais saúde. Não tenho mais parentes, não tenho mais cabeça, não penso, não rio, não troco. Apenas choro, apenas dôo, apenas arranco lascas de pele do corpo, buscando na mutilação um conforto imediato. Andar tem sido difícil, carrego meu corpo mancando pelas ruas sujas de sangue e morte. Os dedos incham e não os encosto em mais nada ou ninguém. Um de meus braços caiu do meu tronco, me separou, me flagelou. Sentar já não é possível, falar muito menos. Não confio mais em ninguém. Meus maiores aliados voltaram-se contra mim. Uma ponta de desespero com angústia invade todo o meu quintal, e o céu ficou marrom, sujo, e seco. O que como me intoxica, o que vejo me choca, o que ouço me fere. O que sinto rasga meu peito, fura meus pés, arranca meus cabelos. Escrever é alívio e sacrifício. Escrevo sem coerência, sem correções. Escrevo o que a alma pede. E ponto.

2 comentários:

  1. Tão tristes e, ao mesmo tempo, tão belas as suas palavras.
    Força, neguinha...estamo aí, sempre.

    Bjão

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  2. Faço das palavras de zozois as minhas.
    "Força p/ viver camará"
    Abraço na tentativa de aconchego.
    Bjo no core!

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