domingo, 29 de janeiro de 2012

né?

Sobre o dia que não acabou.... nem sequer começou.
Pôr-do-sol ou nascer do sol?
Transe e transa
África em Curitiba, seu corpo no meu e nós. 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Bodas



Não é aquela história de necrofilia ou de valorizar a pessoa só porque ela se foi. É questão de memória, resgate, saudade. Meu pai foi um cara incrível, que me ensinou muito. Quando ele estava por aqui, eu não entendia muito e, por vezes, me irritei. Mas o Dega estava sempre sorrindo, brincando, falando abobrinha, fazendo rir. Sempre pra cima, sempre agradecendo e sempre sabendo contornar as coisas com palavras e gestos de sabedoria. Dói lembrar de quando ele queria me ajudar, mas o meu mau humor falava mais alto.

Essa coisa da culpa, do não feito, do não dito, machuca pra valer. A falta só aumenta. O vazio é sombrio e silencioso. Busco nos livros, na poltrona, nas fotos a sua presença, cada vez mais ausente. Tento contornar meu desespero e minha tristeza com excessos e urgências, que me machucam mais. O que sobra é silêncio, choro e solidão. Um vazio, vazio, sufocante. Estou sem ação. Vontade do casulo e do sono.

Hoje (dia 17) seria o aniversário de casamento dos meus pais, 25 anos. Sinto no vazio do olhar dela a solidão, o só, o medo. Triste, dolorido esse processo de falta, de não ter mais o nosso homem aqui em casa. Tudo fica flutuando, as coisas perdem o sentido rapidamente. Não consigo estar perto ou falar algo para ela. Isolo-me. Cada uma chora no seu canto a sua dor. A sua falta. O seu luto. Dói.