segunda-feira, 26 de setembro de 2011

parte em mim, parte de mim.

Uma mescla de impotência e medo, e se descuido tenho lapsos de desespero. Vida se esvaindo, com os muitos quilos que agora se foram e deixaram a mostra o osso e a fraqueza. Dói, em mim e nele. Nos corrói, machuca, mancha. O silêncio, o não querer, sono.fuga.nada. A falta do sol, a falta da fome, a falta da força. Não quero que me deixe, não dou conta do estar perto. Do estar em silêncio compartilhando o que todos já sabem mas não querem assumir. Medo, angústia. Fica aqui comigo, me pega no colo de novo. Se quiser pode até brigar como antes. Me leva pra comer, me protege, não sai de perto de mim. Não me troque por lençóis brancos e desconhecidos te tocando. Fica bem juntinho, toma o meu café forte ou fraco demais, mas fica aqui. Deita no meu colo, me deixa passar a mão na pele macia e flácida. Fecha os olhos e sente minha mão te afagando e mostrando todo o meu amor e cumplicidade. Não se esquece de como você chegou até aqui, continue, tente, por favor. Não se entregue, não me entregue e não me desproteja. Pense, mas não muito. Não deixe de sentir, de tocar, de sorrir, de ser meu complexo. Pai.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

negranoite.

Sinta....minha mão sobre a sua.....meus lábios roçando sua nuca....meu cheiro em suas narinas, meu cabelo na sua boca.....minha língua no seu ouvido, meu umbigo entre suas virilhas...nossos corpos dançando sob a lua, sobre os lençóis cheirando a sândalo, na penumbra de um quarto fresco de madrugada....sinta....prazer, delírio, sussurros e suor, gemidos, contrações...risos sobre beijos sob línguas.....o já, o eterno, o etéreo....espírito, carne, alma....o querer e o dendê...o ser e o não ter....o suspiro, o estalo, o sono, o junto, mãos com mãos...pés entre pés....sonho, som...sou.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

vulgo

É aquele exagero de vida pulsando, transbordando, teimando em se mostrar, apesar dos pesares. Vem com tanta volúpia e desejo, que estremece minha base, que mancha minha visão, que me ensurdece a alma. Vem como uma onda suja de mar, que se misturou a tantos outros mares, varrendo toda espécie de lixo e luxo possíveis. Meu umbigo insiste em sustentar a bunda, que vagueia pra lá e pra cá, louca por viver e dançar e pular. Aos poucos o só se mistura ao junto, juntos, juncos, numa miscelânea de cheiros, amores, pulsares, salivas e toques. Desejo irreprimível que INunda a matéria carnal e espiritual. A arte que gruda no viver, que não me deixa mais agir sem ela, sem a cor, sem o som, sem o salto e o gesto. a ativa arte do ser, o gregário, o vital. Meu cabelo fundindo ao teu, assim como os corpos negros e quentes. O calor da troca, a entrega, o charme, o chão e até o chulo. Me dispo, me deixo, flutuo entre almas, entre corpos e copos. Uma mundana espiritual que não cabe em si. Assim me faço, minha e tua.